O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta segunda-feira (24) um novo programa estadual voltado ao combate à pobreza, com foco em atendimento personalizado e auxílio financeiro de R$ 150 mensais para parte dos beneficiários. Batizada de SuperAção, a iniciativa pretende atender 105 mil famílias até o fim de 2026.
A proposta, que será enviada à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), prevê investimento de R$ 500 milhões e integração de 29 políticas públicas de diferentes áreas. O programa também exige adesão dos municípios, que deverão incluir suas próprias ações sociais para complementar o atendimento às famílias.
Quem pode participar e como será o atendimento
O público-alvo são famílias inscritas no CadÚnico com renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 759 em 2025). Dentre essas, 35 mil estão abaixo da linha da pobreza (renda inferior a R$ 280 mensais por pessoa), e outras 70 mil têm rendas entre R$ 280 e R$ 759.
Cada família será acompanhada por um agente social exclusivo, responsável por até 20 famílias, com visitas mensais. Serão contratados 567 agentes e 38 supervisores, que atuarão em parceria com os municípios para definir o tipo de atendimento necessário.
As famílias poderão ser inseridas em dois tipos de apoio:
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Programa de Atenção à Família (Paif): voltado para lares com pessoas que não podem trabalhar, como idosos dependentes ou pessoas com deficiência. Esses núcleos, com renda per capita de até R$ 218, receberão auxílio de R$ 150 por 12 meses, prorrogáveis por mais 12.
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Programa Superação da Pobreza: direcionado a famílias com membros aptos a trabalhar, mas que estão fora do mercado. Terão uma jornada personalizada com três fases:
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Proteger: conexão com benefícios sociais e serviços estaduais;
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Desenvolver: qualificação por meio do EJA (Educação de Jovens e Adultos), com ajuda de custo;
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Incluir: encaminhamento para vagas de emprego ou empreendedorismo, com incentivo por metas atingidas.
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Investimento e impacto esperado
Do total de R$ 500 milhões previstos, R$ 110 milhões vão para os municípios na fase inicial, R$ 85 milhões serão destinados ao auxílio direto às famílias, R$ 51 milhões vão para proteção social e R$ 104 milhões serão usados na contratação e treinamento de agentes.
Segundo o governo, o objetivo é oferecer uma transição real e sustentável para fora da pobreza, por meio de políticas integradas e apoio contínuo. Hoje, São Paulo tem 634 mil famílias abaixo da linha da pobreza e mais de 2,2 milhões de famílias com renda inferior a meio salário mínimo, segundo dados oficiais.